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Susana Félix - "Amar É Mesmo Assim" é o novo sucesso da cantora

Susana Félix - "Amar É Mesmo Assim" é o novo sucesso da cantora

Susana Félix, uma das mais multifacetadas artistas nacionais, torriense sempre com muito orgulho, como se afirma, desdobra-se entre a música, a produção, o teatro ou a televisão.
Com enorme protagonismo mediático (quem não recorda, por exemplo, os seus papéis na série “Crianças SOS” ou na novela “Ganância”) já pisou os mais importantes palcos nacionais, quer como cantora quer como atriz.
Como cantora, inúmeros sucessos como “Um Lugar Encantado”, “Mais Olhos Que Barriga”, “Flutuo” e tantos outros, antecedem o estrondoso êxito que representou o “Samba Da Matrafona”, produzido para o Carnaval de Torres Vedras e que ultrapassou o milhão de visualizações ao fim de poucos dias.
Mais recentemente, Susana Félix prepara o lançamento do seu novo trabalho, com o ‘single’ “Amar É Mesmo Assim” já disponível nas plataformas digitais e a registar enorme sucesso.
Conversámos com a artista...

Revista Festa - A Susana acaba de lançar um novo single “Amar É Mesmo Assim” ao fim de algum tempo sem gravar. Alguma razão em especial?
Susana Félix - Achei que era o momento ideal para o fazer. Surgiu dentro de mim a vontade para o fazer.

Revista Festa - Essa vontade vem de onde?
Susana Félix - No meu caso, em que tudo depende de um processo criativo desde início, pelo facto de compor e escrever também os textos, teve que haver uma grande vontade de dizer qualquer coisa e neste momento senti essa vontade. Depois foi encontrar as palavras certas para expressar o que sinto, o que pretendo transmitir,  e uma melodia que se adequasse a essas palavras, que as pudesse realçar e colocar a fazer sentido.

Revista Festa - A melodia do tema tem uma sonoridade muito “Susana Félix”?
Susana Félix - A génese é a mesma de outras músicas minhas, como é natural, pois o ponto de partida é o mesmo. É a mesma forma de sentir.
A parte da escolha dos instrumentos, dos últimos retoques, como aí já entra mais gente dentro do processo, acaba por seguir um caminho natural e diferente mas muito respeitoso à génese da canção, no fundo, não desvirtuando o que já estava feito. Logo há sempre um ponto em comum com outras músicas que tenham sido feitas por mim, porque estamos a falar de um ponto de partida que é o mesmo, que sou eu.

Revista Festa - Diria que é uma música extremamente romântica. É assim?
Susana Félix - Quase toda a gente me diz isso, que as minhas músicas são românticas. Mas na verdade é a primeira vez que falo mesmo de amor.
Quanto a temas anteriores, claro que podemos considerar que ter “Um Lugar Encantado” é uma relação de  amor, por exemplo. Escrevo e componho sobre aquilo que “me toca” por isso é natural que o amor faça parte desse processo, agora daí até considerar as canções como românticas ... que elas são carregadas de sensibilidade, espero que sim, porque só assim, “tocando-me a mim é que consigo tocar os outros” esse é o meu objetivo. Embora não sejam canções românticas é verdade que existe sempre uma relação de amor, pois é com muito amor e muita paixão que as concebo e as crio. Agora, as letras até nem falam sempre de amor, com é o caso do “Flutuo”; “Hoje Eu Vou Fingir”; “Eu Vou Fugir...” até pelo contrário, mas as pessoas continuam a achar que sim, que são canções cheias de romantismo, talvez pela forma como o processo da sua criação tem lugar, só pode ser isso.

Revista Festa - Este single é o primeiro tema retirado do álbum que a Susana Félix vai colocar “cá fora”, é verdade. Para quando a saída do trabalho completo?
Susana Félix - É verdade, mas ainda não tem nome nem data certa marcada para “sair”, embora se tudo correr como é habitual deva estar disponível antes do final do ano, pois ainda que não tenha o nome já tenho as canções, que estão em fase final do processo criativo e de onde saíu esta - “Amar É Mesmo Assim” - como “single de avanço” do disco completo.
Sobre o trabalho a única coisa que posso avançar é que é um disco cheio de vontade... de voltar a dizer coisas, de voltar a escrever, de partilhar toda uma vivência que entretanto aconteceu.

Revista Festa - Quantos temas são?
Susana Félix - São dez temas, embora possa ainda surgir mais um ou não. Tenho um novo que ainda estou a criar e que poderá juntar-se aos outros dez, ou não.

Revista Festa - A Susana ainda continua a escrever os temas nos envelopes das cartas que recebe?
Susana Félix - Ainda. Ainda... É um hábito que me acompanha desde sempre. Os envelopes são cada vez mais raros, porque toda a gente nos motiva a abandoná-los e abraçar os emails, e assim, mas todos os que me aparecem acabo sempre por aproveitar. No fundo é o aproveitar, desde sempre, o facto de não ter um bloco de notas dentro da mala. Sempre lá estiveram os envelopes e sempre os aproveitei para isso mesmo. Já lhes ganhei o gosto...

Revista Festa - Sabemos que a Susana Félix este ano vai ter uma série de concertos com orquestras filarmónicas. Faz sentido?
Susana Félix - Faz muito. Faz todo o sentido.
Já fiz o primeiro, de uma série, em Tomar, com a Sinfónica de Tomar, correu muito bem e estou muito feliz pela minha opção de o fazer. Estou imensamente grata a todos aqueles músicos que chegaram com uma vontade imensa que tudo aquilo corresse bem e efetivamente correu muito bem mesmo.
Faz muito sentido para mim porque faz muito parte do meu universo musical desde infância. O meu pai adorava música instrumental, mais concretamente toda a sonoridade das “BigBands” e as minhas memórias, desde muito nova, são compostas por esse mesmo universo. É uma parte muito importante da minha formação musical.
Conseguir ver as minhas canções interpretadas por esse tipo de instrumentos é mesmo maravilhoso. Há imensas filarmónicas e sinfónicas pelo país fantásticas e mesmo incríveis. De repente ver as minhas canções ganharem outra “roupagem” com essa dimensão musical faz-me sentir deslumbrada com as sonoridades e envolvências conseguidas.

Revista Festa - Alguém que queira entrar em contacto com a Susana Félix nesse sentido, como deve fazê-lo?
Susana Félix - É muito fácil. Basta contactar a “Contos da Praça”, a agência que tenho muito presente nas minhas próprias redes sociais, e certamente que se chega a um consenso pretendido.

Revista Festa - O que tem “andado a fazer” a Susana Félix. Para além de cantora também é compositora, atriz e muito mais...
Susana Félix - Tenho andado a fazer muita coisa. Uma delas é um projeto paralelo que me ocupa bastante desde há quatro anos. Trata-se de um projeto educativo composto por um livro e três canções que abordam um tema que me é muito querido: o respeito pela inclusão e pelas diferenças entre as crianças, do bulling a tantos outros pertinentes nesse universo, com um mote “Nada Mais Normal Do Que Se Ser Diferente” e atuações em palcos de escolas ou auditórios, por todo o país, que já leva centenas de atuações que incluem uma peça de teatro - eu e mais dois atores - que me dá imenso prazer fazer e que está a correr muito bem mesmo. Já estamos na terceira edição do livro, sempre com narrativas e histórias diferentes muito gratificantes de realizar e que as crianças adoram.

Revista Festa - E como atriz?
Susana Félix - Estive a fazer teatro musical neste momento em que estive mais afastada das gravações dos discos, com participação em várias peças. Este projeto de que falei também exige muito de mim como atriz, porque tem a componente teatral onde sou um dos três atores participantes.
Está tudo a correr muito bem, pois quando fiz a série “Crianças SOS” ou a telenovela “Ganância” não estava com artista, ou atriz, em nome próprio, era mais uma personagem, em que estava a desempenhar um papel, e aqui sou mesmo muito eu, pois embora tenha que ser atriz posso ser a Susana Félix.

Revista Festa - Dentro de todas estas áreas qual a que lhe dá mais prazer fazer?
Susana Félix - É muito difícil escolher uma área como preferida. Tanto como cantora ou atriz sou apenas uma intérprete, estou ali com uma ideia concebida pronta a passar, resumindo o meu papel a um veículo de interpretação de algo. Como compositora ou letrista já se trata mais de um processo criativo, do encarar uma folha em branco e conseguir fazer surgir alguma coisa de novo.
Mas são duas paixões enormes que tenho. É muito difícil escolher uma delas.

Revista Festa - Por falar em paixões. A Susana teve um sucesso fantástico, porventura de alguma forma não tão esperado, com o tema “Samba da Matrafona”. Foram milhões de partilhas e visualizações. O que é que essa música representou. Como lidou a Susana Félix com isso. Ainda hoje a reconhecem pelo tema?
Susana Félix - Ah!  Sim...
Há coisas que nos acontecem na vida e que nos surpreendem. A minha intenção era a melhor pois achava que era uma boa ideia. Convencer tanta gente para que a ideia fosse para a frente, escrevê-la, compo-la, produzi-la, foi um trabalho em que sei que me dediquei inteiramente e com um amor enorme, porque eu queria mesmo fazer aquilo.
Com o resultado conseguido não estava mesmo a contar, sinceramente, estas coisas acontecem mesmo quando têm que acontecer. Claro que damos sempre o nosso melhor mas no caso dessa canção, concretamente, foi mesmo uma vontade enorme, pelo amor que tenho ao Carnaval, de ter voltado a viver na cidade e querer muito que acontecesse. Convenci-me mesmo que “se queres que aconteça faz, não podes estar à espera que alguém faça acontecer”.
O que aconteceu no final foi incrível. Sinto-me muito grata por tudo o que vivi. Sei que trabalhei para isso, como é óbvio, mas o amor que recebi em troca foi incrível.
Já tive momentos muito felizes na minha carreira, já vivi situações incríveis, até porque já faço isto há mais de vinte anos - o disco “Mais Olhos Que Barriga” já saiu há vinte e três anos - agora poder viver uma história de amor destas em casa (Torres Vedras) claro que é indescritível e tem um significado muito maior.

Revista Festa - Estamos a “sair” na altura da Feira de São Pedro, em Torres Vedras, que a partir do passado ano começou a contar com três grande concertos. Tema opinião sobre este tipo de espetáculos na Feira?
Susana Félix - A Feira tem um significado muito especial para mim. Os grandes espetáculos fazem todo o sentido. Era uma pena Torres não estar dentro do circuito dos espetáculos “outdoor” ao vivo. É uma mais valia para a Feira, para Torres e para as pessoas.
Acho que foi uma excelente ideia.


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