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Banda Abel Alves vai ter muitas novidades para 2025

Banda Abel Alves vai ter muitas novidades para 2025

Conversámos com Sérgio Alves e Filipa Rodrigues e tentamos antecipar tudo o que vai acontecer!...

Revista Festa - Como decorreu este Verão, em termos de espetáculos?
Sérgio Alves - Foi interessante. Eu, por estar à cabeça do projeto, queria mais, pois trabalhámos de alguma forma para isso, mas foi bastante motivador, embora ache que para o próximo ano, com as novidades que estão a chegar, vai ser melhor ainda.


Festa - A Filipa é uma das caras da Banda. Para si como acha que foi a recetividade para com a Banda Abel Alves?
Filipa Rodrigues - A recetividade foi sempre muito positiva, pois temos um público maravilho mas… preparem-se para o que aí vem…

Festa - Mas o que é que aí vem?
Sérgio Alves - Primeiro temos que respeitar os cinquenta e dois anos em que a Abel Aves já existe. Depois, achamos que chegou a altura de renovar alguns ‘items’ do projeto, procurando inovar, desde o logotipo, à imagem, às luzes e à própria equipa. Vamos tentar colocar a banda, ou uma das bandas de baile, mais antigas do país, no lugar e num patamar que julgamos merecer.

Festa - Em ‘off’ o Sérgio confidenciava que a Filipa vai ter um novo colega, é correto?
Filipa - Sim, vai ser o Luís Silva, que entra na Banda através de um ‘casting’ para voz masculina, escolhido por unanimidade por toda a equipa Abel Alves.

Festa - A Banda continua muito virada para aquele tipo de festa intermédia. Sabemos que já existiu a ideia de comprar um camião-palco de outras dimensões, daqueles que enchem o largo central das povoações, mas acabaram por não o fazer, por estarem muito ligados e serem fiéis a uma imensidão de festas, comissões de festas e aldeias que todos os anos vos querem por lá. É verdade?
Sérgio Alves - A pergunta foi perspicaz e tocou exatamente nos pontos para onde estamos virados. Isto porque? Se tiver um camião enorme há determinadas festas onde não vamos poder estar presentes, porque ou o camião não chega ao local da festa ou ocupa esses locais e sobra um espaço muito escasso para as pessoas poderem dançar e divertir-se.
Claro que se existir festas que nos queiram e exijam um camião-palco maior isso também se resolve com alguma facilidade. Não é por aí que vai haver problema. Mas somos e temos sido, durante estes cinquenta e dois anos, um grupo de baile vocacionado para a festa de aldeia e gostamos muito de o ser.

Festa - Vão manter o repertório da Banda ou vão alterar. Quem escolhe os temas que tocam e cantam?
Sérgio Alves - Embora esteja à frente do projeto, sempre considerei que a voz dos elementos da Banda é essencial nessa e em outras escolhas. Por isso, pelo menos é minha ideia que o repertório não fuja muito do próprio ADN da Banda Abel Alves, embora com alguns acertos e surpresas, claro.

Festa  - E quais são as surpresas. Para além do vocalista masculino?
Sérgio Alves -…têm que ir ver, são surpresas e não podemos revelar já tudo.

Festa - Filipa, o Sérgio não se ‘descose’, mas afinal que vai cantar de novo?
Filipa - (riso) como é evidente não lhe posso revelar tudo, só mesmo que o ADN da Banda se vai manter, como o Sérgio já frisou. Claro que vamos atualizar o repertório, com muita coisa nova, sem descaterizar a Banda, mas o mais que posso é convidar todos a virem ver-nos que, prometo, não se vão arrepender…

Festa - Bem, não consigo mesmo saber quais os novos temas, mas vou confiar que o Sérgio tem uma sensibilidade muito especial para ‘ler o público’ e que as novidades só podem agradar aos vossos fãs e seguidores?
Sérgio Alves - Penso que sim, embora a escolha dos temas seja sempre resultante de uma conversa interna, entre todos. Pessoalmente nunca me esqueço de uma frase do meu querido e saudoso pai, que nos dizia sempre que “o grande juiz de qualquer banda, ou qualquer projeto musical, é o público”. É a esse que temos que agradar, é por ele que estamos cá, é para eles que tocamos e espera-mos que se possam sempre divertir, pois só assim nós próprios nos divertimos também, fazendo o que mais gostamos. O meu pai criou-me com esses valores e procuro segui-los, pois reconheço que foi uma pessoa muito especial, um verdadeiro génio do acordeão e um mestre nesta área das bandas de baile.

Festa - Isso quer dizer que têm um repertório fixo ou pode de alguma forma ser alterado a qualquer momento dos espetáculos?
Sérgio Alves - Cada caso é um caso e temos que nos adaptar às pessoas e locais onde nos deslocamos. Por exemplo, na Festa da Colaria - Turcifal, o meu pai foi um dos primeiros acordeonistas do Rancho, aí para os anos quarenta do século passado, e tornou-se uma tradição a Banda Abel Alves tocar três ou quatro temas que o Rancho dança connosco. Essa é uma tradição que nunca perdemos e eu próprio pego no acordeão e toco com o Rancho, embora não tão bem como o meu saudoso pai fazia, mas as pessoas gostam e reconhecem o esforço.

Festa - O Sérgio também toca acordeão?
Sérgio Alves - Só um pouco. Não serei tão bom como desejaria mas o acordeão entende-se comigo (sorriso)...

Festa - O acordeão é de novo um instrumento da moda?
Sérgio Alves - É verdade. No final do século passado era um instrumento que estava a cair em desuso, mas este século veio trazer-nos uma vida nova ao instrumento, com muitos jovens a achar o instrumento bonito e com escolas de acordeão cheias de jovens, pois é instrumento com um som muito especial que bem tocado é muito bom de se escutar.
Festa - Isso quer dizer que também vão ter acordeão na banda?
Sérgio - Não. Há uns anos atrás ainda havia um tema ou outro que eu tocava, mas atualmente não. É caso para, no pouco tempo que tenho livre, me ir aprimorando no acordeão e quem sabe se um dia destes não poderá regressar…

Festa - Filipa, como é cantar temas com o acordeão como música de fundo?
Filipa - Acho muito interessante, penso que é um tema que está ‘em cima da mesa’ e, metaforicamente falando, o acordeão é um instrumento com muita história na Abel Alves, que é uma Banda com mais de meio século,  portanto, porque não o regresso, já que o acordeão está na moda, como disse, e a Banda Abel Alves está na moda também.

Festa - Lembrei-me agora de falarem em novidades. Qual a composição da Banda para 2025?
Sérgio Alves - Vai estar a Filipa na voz, agora com a companhia do Luís Silva, eu vou estar nas teclas e o Diogo vai manter-se na bateria, depois, vão aparecer outras duas ‘caras novas’: na guitarra vai estar o meu primo “Xana”, que vem de outra banda e é sobejamente conhecido, enquanto que no baixo vai estar o António Bento, outro músico com créditos firmados e também ele muito conhecido.

Festa - Os elementos da Banda Abel Alves mantinham-se durante muitos e longos anos com o grupo. Porquê?
Sérgio Alves - Talvez por causa dos valores que tinhamos e que transmitiamos, sendo que os músicos gostavam e identificavam-se com o projeto, havendo como que um respeito e orgulho por fazer parte.
Atualmente as coisas mudaram um pouco e temos que aceitar isso mesmo, chegando ao final do Verão e temos que perceber como vão ser as coisas no próximo ano, pois os músicos atualmente não são tão fiéis a um projeto, mas isso passa-se em todos os setores da sociedade e quem está à frente de um grupo tem que se adaptar a isso mesmo. Não é bom nem mau, é um facto.

Festa - A Filipa há quanto tempo está na Banda Abel Alves?
Filipa - Já faço parte da Banda há dois anos, este foi o segundo Verão. Claro que tenho orgulho em fazer parte da Abel Alves, sinto o grupo como uma segunda família e isso é o que me faz querer permanecer aqui. Damo-nos todos muito bem, gostamos uns dos outros, o Sérgio é um pessoa muito boa e merece que todos o possamos seguir e respeitar ao longo deste caminho que trilhamos com muita emoção e muito gosto.

Festa - Só consegui-mos ‘destapar’ algumas novidades e com algum custo…
Sérgio Alves - Não se pode dar a conhecer tudo de uma vez só (riso), no fundo trata-se de uma renovação e atualização da Banda a todos os níveis, tentando adequá-la aos tempos atuais, sem perder a ‘alma’ dos cinquenta e dois anos de existência.

Festa - Este ano tiveram imensos espetáculos. Já têm marcações para o próximo ano?
Sérgio Alves - Sim, sim. Marcamos muitos espetáculos de um ano para o  outro o que faz com que a agenda esteja composta, mas ainda temos muitos ‘buraquinhos’ para poder preencher, por isso, quem nos quiser ter na sua terra a animar a festa ainda pode ligar-nos que é muito provável que consigamos encontrar uma data disponível.

Festa - Uma palavra final para o vosso público…
Sérgio Alves - Para todas as pessoas que gostam de nós e em especial para aquelas que nos seguem, deixo uma mensagem de carinho muito especial.
Para todo o público, de uma forma geral, saibam que estão no nosso coração, são a razão para fazer aquilo que fazemos, pois sem público não haveria razão para a nossa existência. Essa era uma máxima do meu saudoso pai, o “Ti Abel’, que sempre disse que “é ao público que temos que agradar. Desde que saímos de casa até regressarmos tudo é muito importante”. Se, por exemplo, formos no nosso camião e alguém nos apitar, por verem lá escrito Banda Abel Alves, é nossa obrigação cumprimentar também. Quando se chega a uma comissão de festas convém levar um sorriso na face e deixar um cumprimento simpático a todos, pois são pessoas que trabalham muito, quase sempre a custo zero.
A todos, de forma sentida, deixo o nosso desejo de que tenham umas Festas Felizes e um ano novo cheio de coisas boas.
Filipa - Primeiro também quero agradecer toda a simpatia com que nos acolhem nas suas festas e aproveitar para prometer que vão encontrar na Banda Abel Alves, em 2025, muita entrega, muita energia e muita animação. A todos desejo também um 2025 que possa trazer tudo o que de bom desejam.


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