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Vitor Bretes. Uma breve conversa sobre os automóveis, o desporto e o meio associativo...

Vitor Bretes. Uma breve conversa sobre os automóveis, o desporto e o meio associativo...

Runa é uma terra de gente empreendedora, Vitor Bretes é uma dessas pessoas.

Estivémos à conversa com ele e falámos da sua vertente desportiva, associativa, e empresarial.

Deixamos um extrato dessa mesma, e muito interessante conversa.

 

Revista Festa – O Vitor é um Runense “de gema”?

Vitor Bretes - Sim, é assim que se chama a quem nasce em Runa, como eu, terra da qual tenho muito orgulho.

Ser de Runa é muito especial, porque foi e continuará a ser uma aldeia de gente criativa, gente que sabe fazer e gosta de fazer acontecer.

 

Festa – Terra de gente notável?

V. Bretes - Também é verdade, e são tantos.

Ainda um destes dias estive a dar os parabéns ao Carlos Ruivo, que está na China e se prepara para editar o seu disco.

Mas, é nas Lutas que mais pessoas de Runa alcançaram notoriedade.

 

Festa – Esse é um espírito que se aprende?

V. Bretes - Não sei, mas acho que sim. Há mesmo muita gente que faz coisas em Runa, ou que é de Runa e as faz por fora.

Veja-se o caso da fábrica de colchões, veja-se o caso do Toinha, atual presidente do SCU Torreense, veja-se o caso das Lutas Amadoras e tantos, mas tantos outros.

Runa tem o “handicap” de ser “do lado de lá da linha”, mas para nós acaba por ser bom porque representa um desafio. Temos que lutar muito mais pelas coisas.

 

Festa – A idade escolar foi passada também em Runa?

V. Bretes - Sim, primeiro a primária, com a professora Regina, depois, devido aos poucos meios de que os meus pais dispunham, fiz uma coisa que pouca gente hoje acredita.

Na altura havia a telescola e continuei em casa a estudar pela televisão.

 

Festa – Bem, pelo menos já tinham televisão, que é coisa que pouca gente tinha por essa altura?

V. Bretes - Também é verdade!

Nesse tempo ainda se pagava para ir ver televisão... como as coisas mudam!

 

Festa – O Vitor acaba por vir para Torres quando?

V. Bretes - Em 1977, já adulto.

Ainda estudei no antigo Liceu e na Técnica, depois mais tarde acabo por fazer uma licenciatura em gestão no ISG, num curso pós-laboral.

 

Festa – Antes disso há uma passagem pelo desporto?

V. Bretes - É verdade. Comecei com nove anos a praticar Luta Greco-Romana.

 

Festa – Mas todos os miúdos nessa altura queriam jogar futebol?...

V. Bretes - Na minha antiga escola primária, que entretanto foi substituída por uma nova, iniciaram-se uns combates com o saudoso Rui Margaça como treinador.

Nós, miúdos, iamos lá ver e de facto aquilo era uma coisa diferente que nos apaixonava.

Para mim, e para muitos outros, tornou-se o hobbie preferido, começando todos a treinar muito e a ver alguns resultados disso mesmo, começando alguns a ser mesmo campeões nacionais.

 

Festa – Até que Runa se torna no expoente máximo da Luta em Portugal?

V. Bretes - Sim, como é sabido. Tivémos inclusivé dois atletas olímpicos: o Adriano Morais e o António Galantinho.

Nessa altura, chegava a haver seleções nacionais em que a esmagadora maioria dos atletas eram do GD Runa.

Nessa época, para entrar na nossa equipa, composta por oito elementos, eramos sessenta e tal a competir. Chegámos a ter duas equipas no Nacional...

 

Festa – O Vitor ainda foi presidente do GD Runa?

V. Bretes - Sim, desde a década de noventa até 2005/6.

 

Festa – Em termos desportivos, a ligação mantém-se?

V. Bretes - Sou atualmente vice-presidente da UDO, que tem o ciclismo, atletismo e BTT.

Sou também o presidente da Academia Joaquim Agostinho, onde procuramos formar atletas e ciclistas em particular.

Ainda este ano um ex-atleta nosso, o Tiago Antunes, por exemplo, foi convidado pela UCI para integrar uma equipa sub-23 num estágio de alto rendimento, onde vai estar durante um ano, na Suissa, para se adaptar à integração na elite mundial do ciclismo.

O desporto representa saúde e se puder ajudar os jovens a ser saudáveis através das modalidades, não se perdendo por outros caminhos, fico muito satisfeito.

Outros também o fizeram comigo.

 

Festa – Pelo meio, começa a vida profissional?

V. Bretes - Os automóveis foram a minha vida durante quarenta anos.

Comecei na fábrica do Batista Russo, num Grupo com cerca de onze mil funcionários, que acaba por encerrar em 82 e é aí que venho de novo para Torres Vedras, primeiro para abrir com quatro amigos a Metaloredes, que ainda hoje se mantém, mas foi uma altura menos boa para o setor da construção, fui convidado a ir para a Auto-Torreense e como sempre gostei dos automóveis falei com os meus sócios e acabei por aceitar. Passei lá uns anos muito bons que não esquecerei jamais.

 

Festa – Mas entretanto Vitor Bretes forma um grupo muito forte nesse mesmo setor automóvel?

V. Bretes - A Ford Lusitana lança-me o desafio para que me candidatasse a esse projeto, com a concessão da marca em catorze concelhos no Ribatejo, mas para isso tinha o “handicap” de não ter suporte financeiro que o permitisse.

Conversei, primeiro com o Vital Rosa, depois com o José Carvalho, e acabei por abrir a Nivelford em parceria com a Coopertorres, com a sede no Porto Alto.

 

Festa – Tornou-se numa empresa com bastante peso no mercado automóvel?

V. Bretes - Tinhamos stands numa dezena de locais pelo Ribatejo, mais de trinta vendedores, fomos quatro anos consecutivos o melhor concessionário Ford em Portugal e dois o melhor a nível da Europa.

Eramos uma equipa de trabalho muito forte. Tão fortes que somos convidados a abrir a Nivelauto no Montijo, em 92, e a Nívelchapa em 97.

Três empresas onde trabalhavam quase duas centenas de colaboradores.

 

Festa – Acaba por vender o negócio em 2002?

V. Bretes - As sociedades têm destas coisas.

Por vezes o facto de se crescer e de se estar a ter êxito, faz surgir complicações onde não haveria nada para complicar.

Nessa altura, houve uma pessoa, o Dr Carlos Salgado, que acaba por conseguir destruir todo o grupo - Grula, Coopertorres, Torrental, Nívelford, Gráfica Torriana, etc.- e ainda hoje sinto uma pena enorme, por um homem só ter conseguido fazer tanto mal a tanta gente, nomeadamente ao José Carvalho, que foi para ele como um pai e não o merecia.

Também me chateei com ele e vendi em 2002.

Pelo meio ainda vim a estar com o Eng Ferreira dos Anjos cerca de ano e meio, como administrador-delegado na Tecauto.

 

Festa – É por altura que nasce a ideia da Bretescar?

V. Bretes - Inicio, em 2004, um negócio de automóveis usados.

Pelo meio há a oportunidade de comprar a concessão da Auto-Torreense e volto a ser concessionário Ford.

A Bretescar apanha o mercado automóvel em contra-ciclo e embora acreditasse que as coisas poderiam mudar, a verdade é que chegámos a uma situação em que se estava a perder dinheiro consecutivamente, até que acabo por ser obrigado a tomar a penosa opção de fechá-la, porque tenho um derrame cerebral e estou dois anos sem poder estar na empresa.

 

Festa – Atualmente, ligado a um novo projeto?

V. Bretes - A PrevRod, na área da prevenção rodoviária, também aqui, em Torres Vedras, onde damos uma importância muito especial à área da formação, lançamento e acompanhamento de dados em sistemas informatizados.

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