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Recursos Humanos em tempos de Pandemia

Recursos Humanos em tempos de Pandemia

Recordo-me da primeira aula de Recursos Humanos na Universidade, em que o Professor, solenemente, iniciou a aula com a seguinte frase: Os Recursos Humanos são o bem mais precioso de uma empresa!
Em meados dos anos 90, eu ainda estava longe de perceber o quão verdadeira era tal afirmação, e o peso da responsabilidade de gerir pessoas, gerir sentimentos, gerir motivações, competências e resultados. Resultados para a organização, resultados para as pessoas, para a sua realização pessoal e profissional.
Mas, ao fim de cerca de 20 anos a recrutar, formar, integrar e gerir Recursos Humanos, tal afirmação não podia fazer mais sentido.
Se numa sociedade, tal como a conhecíamos, o valor das empresas já residia nos seus recursos, nos seus trabalhadores – ou colaboradores, como alguns gestores preferem chamar – em período de pandemia global vem ao cimo do iceberg o quão valioso e importante é um/o trabalhador. Aí, os desafios aumentam!
Se o principal veículo de transmissão do coronavírus é o ser humano, e se é quando a necessidade de Recursos Humanos aumenta em diversos sectores, desde a área da saúde e cuidados, à higiene e desinfeção, então há que criar estratégias de adaptação a esta nova realidade em tempo record, o que é, o que foi e o que tem sido, simplesmente, um truque de magia digno de Houdini!

As estratégias de adaptação das empresas passaram por diversas fases, não necessariamente por esta ordem, mas que passaram pelo investimento em equipamentos de proteção individual e coletiva; suspensão temporária ou redução da atividade face ao lockdown; criação e revisão de um Plano de Contingência na organização; criar procedimentos de vigilância e monitorização dos trabalhadores no que diz respeito a sintomas associados à Covid 19 –verificação da temperatura corporal, testes periódicos, entre outros; reorganização do trabalho de modo a evitar contactos desnecessários com colegas e clientes; implementação e organização do teletrabalho; procedimentos suplementares de limpeza e desinfeção contínuos/periódicos dos espaços e superfícies; procedimentos de Recrutamento e Seleção, estes últimos tendo como aliados a tecnologia e recurso a entrevistas via Skype, Zoom, entre outros; Formação profissional adaptada à nova realidade, a Formação em tempos de pandemia - formação para o desempenho da função e formação anual dos trabalhadores de modo a cumprir o requisito legal de 40 horas de formação - adaptar os trabalhadores à formação on-line, que, em alguns casos, foi um autêntico desafio - todas estas estratégias para serem adotadas em tempo real, a par e passo com o crescendo das vagas epidemiológicas e as sucessivas renovações do estado de emergência em Portugal. A tecnologia surge, pois, como base para a nova realidade!
Para além de todos os desafios da Gestão de Recursos Humanos, ainda acresceu a preocupação com o apoio psicológico ao trabalhador. Para além de todos os desafios, a crescente preocupação, também, com o empregador. Este último, com um aumento do investimento na segurança de trabalhadores e clientes, encerramento de espaços e a preocupação em manter os postos de trabalho, pagar os salários e gerir o aumento do absentismo. Os trabalhadores, a terem de lidar com a ansiedade, a exaustão, o desânimo, o sentimento de insegurança face ao presente e ao futuro. Quando existiu a necessidade e a exigência de trabalho presencial, a gestão do uso constante de máscara, as constantes higienizações e desinfeções, o distanciamento social. No caso dos trabalhadores abrangidos pela situação de teletrabalho, surgiram outros desafios - adapta-ção ao novo posto, gestão de tarefas domésticas e tarefas profissionais, onde começa o pai/mãe, onde termina o profissional. Meses conturbados os de quem teve de adotar o teletrabalho simultaneamente com o encerramento das escolas dos filhos, para quem não pôde ficar em casa, o drama de ter de ir trabalhar e deixar os filhos, com um sentimento de insegurança e de incerteza.
Os Recursos humanos tiveram de se reinventar para garantir a estabilidade num ambiente de medo e de insegurança. As Empresas passaram por um doloroso processo de adaptação. Manter a segurança e confiança dos trabalhadores, clientes, parceiros, a rentabilidade empresarial, em tempos de pandemia, para a grande maioria dos setores, não foi tarefa fácil, foi e será um dos grandes desafios do gestor dos dias de hoje!
Não foi fácil, mas estamos cá! Os que conseguiram ficar!
Vamos mantendo o espírito otimista!
Só conseguiremos superar as adversidades desta situação pandémica se todos juntos dermos o nosso melhor, e, com coragem, seguirmos em frente!
Um Santo e Feliz Natal para todos, e um próspero 2022!

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