As estratégias de adaptação das empresas passaram por diversas fases, não necessariamente por esta ordem, mas que passaram pelo investimento em equipamentos de proteção individual e coletiva; suspensão temporária ou redução da atividade face ao lockdown; criação e revisão de um Plano de Contingência na organização; criar procedimentos de vigilância e monitorização dos trabalhadores no que diz respeito a sintomas associados à Covid 19 –verificação da temperatura corporal, testes periódicos, entre outros; reorganização do trabalho de modo a evitar contactos desnecessários com colegas e clientes; implementação e organização do teletrabalho; procedimentos suplementares de limpeza e desinfeção contínuos/periódicos dos espaços e superfícies; procedimentos de Recrutamento e Seleção, estes últimos tendo como aliados a tecnologia e recurso a entrevistas via Skype, Zoom, entre outros; Formação profissional adaptada à nova realidade, a Formação em tempos de pandemia - formação para o desempenho da função e formação anual dos trabalhadores de modo a cumprir o requisito legal de 40 horas de formação - adaptar os trabalhadores à formação on-line, que, em alguns casos, foi um autêntico desafio - todas estas estratégias para serem adotadas em tempo real, a par e passo com o crescendo das vagas epidemiológicas e as sucessivas renovações do estado de emergência em Portugal. A tecnologia surge, pois, como base para a nova realidade!
Para além de todos os desafios da Gestão de Recursos Humanos, ainda acresceu a preocupação com o apoio psicológico ao trabalhador. Para além de todos os desafios, a crescente preocupação, também, com o empregador. Este último, com um aumento do investimento na segurança de trabalhadores e clientes, encerramento de espaços e a preocupação em manter os postos de trabalho, pagar os salários e gerir o aumento do absentismo. Os trabalhadores, a terem de lidar com a ansiedade, a exaustão, o desânimo, o sentimento de insegurança face ao presente e ao futuro. Quando existiu a necessidade e a exigência de trabalho presencial, a gestão do uso constante de máscara, as constantes higienizações e desinfeções, o distanciamento social. No caso dos trabalhadores abrangidos pela situação de teletrabalho, surgiram outros desafios - adapta-ção ao novo posto, gestão de tarefas domésticas e tarefas profissionais, onde começa o pai/mãe, onde termina o profissional. Meses conturbados os de quem teve de adotar o teletrabalho simultaneamente com o encerramento das escolas dos filhos, para quem não pôde ficar em casa, o drama de ter de ir trabalhar e deixar os filhos, com um sentimento de insegurança e de incerteza.
Os Recursos humanos tiveram de se reinventar para garantir a estabilidade num ambiente de medo e de insegurança. As Empresas passaram por um doloroso processo de adaptação. Manter a segurança e confiança dos trabalhadores, clientes, parceiros, a rentabilidade empresarial, em tempos de pandemia, para a grande maioria dos setores, não foi tarefa fácil, foi e será um dos grandes desafios do gestor dos dias de hoje!
Não foi fácil, mas estamos cá! Os que conseguiram ficar!
Vamos mantendo o espírito otimista!
Só conseguiremos superar as adversidades desta situação pandémica se todos juntos dermos o nosso melhor, e, com coragem, seguirmos em frente!
Um Santo e Feliz Natal para todos, e um próspero 2022!
Recursos Humanos em tempos de Pandemia
Recordo-me da primeira aula de Recursos Humanos na Universidade, em que o Professor, solenemente, iniciou a aula com a seguinte frase: Os Recursos Humanos são o bem mais precioso de uma empresa!
Em meados dos anos 90, eu ainda estava longe de perceber o quão verdadeira era tal afirmação, e o peso da responsabilidade de gerir pessoas, gerir sentimentos, gerir motivações, competências e resultados. Resultados para a organização, resultados para as pessoas, para a sua realização pessoal e profissional.
Mas, ao fim de cerca de 20 anos a recrutar, formar, integrar e gerir Recursos Humanos, tal afirmação não podia fazer mais sentido.
Se numa sociedade, tal como a conhecíamos, o valor das empresas já residia nos seus recursos, nos seus trabalhadores – ou colaboradores, como alguns gestores preferem chamar – em período de pandemia global vem ao cimo do iceberg o quão valioso e importante é um/o trabalhador. Aí, os desafios aumentam!
Se o principal veículo de transmissão do coronavírus é o ser humano, e se é quando a necessidade de Recursos Humanos aumenta em diversos sectores, desde a área da saúde e cuidados, à higiene e desinfeção, então há que criar estratégias de adaptação a esta nova realidade em tempo record, o que é, o que foi e o que tem sido, simplesmente, um truque de magia digno de Houdini!